Eleição de síndico mirim,
contratação de monitores e melhor aproveitamento de áreas de lazer minimizam
conflitos
Foto: Pedro Paulo.
Jogar bola nos corredores,
brincar no saguão de entrada, fazer barulho pelos corredores e molhar o
elevador depois de sair da piscina são os problemas mais comuns causados pelas
crianças em condomínios. A lista de desrespeito às regras do prédio é longa e
costuma dar dor de cabeça para síndicos e para os pais e moradores que querem
ordem e sossego. De acordo com Paulo Roberto Melo, administrador e consultor de
condomínios, os principais problemas são barulho, depredação do patrimônio,
utilização da piscina e da sala de jogos fora dos horários estabelecidos, uso
de trajes de banho no elevador social e aglomeração de jovens nos corredores.
Não é fácil administrar um
condomínio e impor às crianças as regras de boa convivência. Mas há maneiras
simples e inteligentes de negociar com a criançada e colocar ordem. Alguns
condomínios maiores têm contratado monitores para vigiar e orientar as crianças
sobre o bom uso das áreas comuns.
Outros prédios preveem
espaços exclusivos para as crianças se reunirem e brincarem, o que as mantêm
ocupadas e longe de confusões. Uma das alternativas é a instalação de brinquedos
como pula-pula, pimbolim e tênis de mesa.
Uma ideia simples e bastante
eficaz que a síndica Luciana teve foi: transformar uma sala de descanso próxima
à sauna, muito pouco utilizada pelos condôminos, em um salão de jogos com mesa
de pingue-pongue. O lugar logo virou ponto de encontro da garotada. “Para todo
problema com as crianças, o melhor caminho é o diálogo com elas e os pais, em
busca de soluções”, resume Luciana, que comanda o prédio há 3 anos.
Para aproximar a criançada
das decisões do condomínio e acabar de vez com a imagem de que o síndico é
“chato”, Paulo Roberto Melo, responsável pelo Condomínio Edifício Athenas, em
Taguatinga, convocou a garotada para participar da assembleia geral. “Queria
que as crianças entendessem qual a importância da participação dos moradores no
dia a dia do condomínio e que nada é decisão do síndico. Se o pai dele não
desce para a reunião, está delegando a outras pessoas decidir, por exemplo,
sobre a reforma do prédio”, conta Melo.
Segundo o síndico, a
iniciativa deu certo. Na assembleia, as crianças puderam opinar e dar sugestões
e, depois disso, estão mais conscientes de seus deveres e direitos. “Já senti
uma mudança no comportamento delas e uma aproximação com a figura do síndico.
Foi muito legal”, diz.
Já o condomínio Catarina
Iansem, em Águas Claras, encontrou outra solução para contornar problemas com a
criançada: realizou a eleição do síndico mirim. Todos os condôminos com idade
entre 7 e 12 anos foram convocados a participar. Várias crianças se
candidataram ao cargo. A votação foi feita entre elas e minis-síndico já está
em atuação. “Agora, os jovens se reúnem, discutem suas ideias, apresentam suas
reivindicações e se policiam uns aos outros, tornando a convivência mais
harmoniosa”, explica o síndico Denner Batista, responsável pela implantação do
projeto no local.
Orientação começa em casa
Apesar das medidas adotadas
pelos condomínios, a orientação quanto às regras de boa convivência com
vizinhos deve começar em casa. Os pais precisam estar sempre disponíveis para
instruir os filhos sobre o cuidado com o patrimônio comum e o zelo com o
bem-estar dos vizinhos.
Por isso, é interessante que
o condomínio interaja sempre com as crianças, por meio do síndico ou do
zelador, envolvendo-as nas decisões. Se mesmo assim houver problemas, os pais
devem ser informados dos transtornos provocados. Eles são civilmente
responsáveis pelos filhos, inclusive por danos e prejuízos causados por eles ao
condomínio.
Por Olivar de Matos JORNALISTA DRT
10.716.
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